Escritos de Rafael Perfeito

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Palavra Câncer


De qual lugar surge a palavra
Antes de chegar à língua...
Percorrendo o caminho inverso
Do que nos dá vida?

A comida vai da boca à cloaca
A palavra, vomitada
Da cloaca à boca é parida.

Veja bem.
O que me alegra
Sai por meu membro rijo
Despejando, vivo
Em uma só pincelada
Todo o regozijo, contido,
Desta minha empreitada.

Ora!
Não há por que escrever
Se meu punho está ocupado
A me dar prazer.

Já o que me enoja
Acabrunha e empalidece
Torna-se o sumo de todo o meu sistema
Nervoso.
Sêmen de toda a minha rede
Neural.

Veneno cultivado no fígado
A que dói mais não é vociferada.
Goteja, lentamente urdida
A bílis por anos engendrada.

Destilada cada gota
Transforma-se em tinta
Cuja caneta é o canal.
Esporro a palavra câncer ao vento
Com o único intento
De me livrar do mal.

2 comentários:

  1. Glauber?

    Quanto à minha motoqueira, digo, motociclista, eu a encontrei numa certa "Confraria da Hayabusa". Pensei em colocar o nome da confraria como título do texto, mas achei melhor evitar confusão com o pessoal das duas rodas. hahah
    Há braços!!

    ResponderExcluir
  2. Rs... eu tive problemas com a Cruz de Ferro :)

    ResponderExcluir

Vocifere!